Informa que você está buscando transformar fundamentalmente seu passado e a forma como encara as emoções de modo a poder ter outro comportamento também com relação aos familiares. Assim, é necessário um mergulho nos valores relativos a você mesmo, de forma a poder acontecer verdadeiramente uma superação do passado, um ultrapassar de condições ou de condicionamentos que possam estar significando estagnação, retirada do mundo, e portanto morte em vida.
A busca de equilíbrio entre a dependência e a independência passa pelo exercício da liberdade sem culpas. É muito provável que você tenha um sentimento difuso de culpa e, diante do menor passo que signifique distanciamento, faça uma relação imprópria e volte atrás, mas o único movimento recomendável em relação ao que você tem atrás de si é o de superação, até porque a culpa é resultado apenas de dívidas contraídas consigo mesmo por não ser o que você potencialmente é, por não tornar real o seu ideal. Assim, não se impeça de seguir seu próprio caminho, se não quiser atribuir a sua mãe, ou sua família a desculpa, por não estar fazendo o que quer porque na verdade é você mesmo que não estará dando vazão aos anseios de sua alma.
Seu equilíbrio, portanto, não está nem na dependência nem na independência mas num outro ponto no qual impere a autonomia de alguém que tem a liberdade de se submeter conscientemente e objetivamente àqueles que ama. E com esse sentido, sua vida tenderá a ser fértil em transformações. Ao transformar a identificação com a mãe numa identidade com o arquétipo da grande mãe, você se demonstrará capaz de um afeto sólido, confiável, acolhedor, capaz de cuidar de si mesmo e dos outros, capaz de revelar um grande e profundo amor pela humanidade, por si próprio, e por Deus, na unicidade.