Labels:text | font | paper | publication OCR: Na edição deste ano do festival "Amadora Cartoon" que, esteve patente até dia 10 de No- vembro, a grande novidade foi a banda desenhada japonesa, para além dos convidados estrangeiros e de autores consagrados no panorama BD nacional Quem entrava na rua das Indústrias logo avistava as bandeiras coloridas que la- deavam o caminho para a Fábrica da Cultura. Atravessava-se os portões e pronto: entrava-se no maravilhoso mundo da banda desenhada. Seguindo o percurso assinalado pelo mapa, forne cido à entrada, subia-se uma rampa onde estavam patentes os trabalhos dos "novos talentos", feitos por jovens entre os 12 e os 30, que concorreram ao con- curso de BD e Cartoon, uma das formas de descobrir artistas emergentes e de os dar a conhecer ao público. Descia-se a escada e o espaço era agora reservado aos vencedores do concurso e aos au- tores "consagrados". A esquerda avista- va-se a exposição de Quino - o incon- fundivel autor de Mafalda - e de outros autores brasileiros, incluíndo uma colec- tiva de jovens autores de São Paulo. Retratos de um Brasil contemporáneo, pleno de contradições e abismos socio- políticos. Directamente de outra galáxia, Kripton, e de outro mundo, a América, chegou o Super-Homem, o primeiro herói de banda desenhada deste país e a personagem que despolotou o fenó- meno Comics, e o não menos famoso Batman, recentemente recuperado em versão cinematográfica.Já no quadrante europeu, "Glasnot em Cartoons" trans- portou-nos para as convulsões dos últi- mos anos da exURSS. Para além dos espanhóis Fernando de Filipe e Miguel Angel Martin, com um excelente traba- lho sobre sexo e violência, destaque-se ainda a presença de Hunt Emerson e de Fred, presente no certame, com algu- mas das suas criações mais extrava- gantes como "Philémon" e Michel Cres- pin.Na sua sétima edição o Amadora Cartoon demonstrou mais uma vez ser um veículo previligiado na divulgação de uma arte que, longe de preencher ape- nas o imaginário infantil, se torna cada vez mais uma linguagem autónoma e plena de comunicação neste final de século
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