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  Virada do Milênio
MÍDIAS


[conversor de calendários]

As discussões sobre qual o preciso momento em que ocorrem as viradas de século não são exclusividade dos noticiários da atualidade: o tema surge ciclicamente em nossa história como motivo de temores e controvérsias às vezes irracionais. Em 26 de dezembro de 1799, a redação do jornal inglês The Times respondeu às dezenas de cartas que recebera, nas quais se afirmava a chegada do novo século: "Nós rejeitamos uniformemente todas as cartas e recusamos toda a discussão sobre o término do presente século, já que se trata das mais absurdas das quais se poderia ocupar a atenção do público, e estamos atônitos em verificar que tal assunto tem sido objeto de tanta disputa, uma vez que nos parece evidente. O presente século não terminará até 1° de janeiro de 1801, a não ser que seja possível fazer com que 99 sejam 100… É uma discussão tola e fútil, que apenas expõe a necessidade das mentes daqueles que mantêm uma opinião contrária àquilo que afirmamos".

No entanto, a questão retorna ainda ampliada no ano 2000, quando inclusive se discute não só a virada de um século, mas de um milênio. De fato, quando verificamos o modo como a contagem dos anos teve origem, a confusão sobre a determinação do momento exato da virada do milênio aumenta ainda mais. Foi apenas em 525 d.C. que surgiu a idéia da contagem dos anos a partir do nascimento de Jesus Cristo. Até então, a norma adotada no Ocidente para a contagem dos anos obedecia à referência da fundação de Roma: o ano de 525 d.C. correspondia a 1278 A.U.C. ("Ab Urbe Condita", ou "desde a fundação da cidade"). A contagem cronológica que inauguraria a chamada Era Cristã teve origem com uma ordem do papa João I. O motivo era a falta de sincronia entre as igrejas quanto à data da Páscoa. Respondendo ao pedido do papa, o monge e astrônomo Dionysius Exiguus - nascido na atual região do sudoeste da Rússia - desprezou outro sistema então vigente para o calendário religioso, que tomava por marco inicial o nascimento do imperador Diocleciano. Assim, fez cálculos para determinar o ano do nascimento de Jesus Cristo, que passaria a ser tomado como referência inicial para a nova cronologia: 1278 A.U.C. passou a ser 525 Anni Domini Nostri Jesu Christi. Assim, nossa atual contagem dos anos tem por base princípios religiosos.

Posteriormente, verificou-se que o monge criou novas confusões, e nossa contagem dos anos está fadada aos problemas daqueles cálculos: Dionysius Exiguus errou na determinação do ano de nascimento de Jesus Cristo. Hoje sabemos, na verdade, que Jesus teria nascido entre oito a quatro anos antes da data convencionada pelo monge. Ninguém pode determinar com exatidão o ano exato do advento de Cristo, mas pode-se afirmar que, tomando por base a defasagem verificada entre dados históricos e os cálculos do monge, o ano 2000 segundo nossa atual contagem, na verdade, deveria ser 2004, no mínimo. Daí, estaríamos comemorando a virada do milênio com um grande atraso. Ainda mais: Dionysius Exiguus ignorou também o "ano zero", já que o conceito de "zero" ainda não se incluía na matemática. Assim, o ano 1 a.C. é seguido pelo ano 1 d.C., a partir do qual contamos os anos de nossa era. Desta forma, o século I de nossa era, esquematicamente, teve início no primeiro dia de 1 d.C. e só terminou no último dia de 100 d.C.: apenas o ano seguinte, 101 d.C., passaria a ser contado como parte do século II. Segundo esta contagem, da mesma forma, o século XXI - e o terceiro milênio - terá início em 1° de janeiro de 2001: o ano 2000 ainda se inclui no século XX, encerrando-o.

Apesar do engano de Dionysius Exiguus, a contagem dos anos determinada a partir dos cálculos do monge é atualmente utilizada para o calendário internacional, sendo adotada pela grande maioria dos países, incluindo muitos de maioria não-cristã. Maior seria a confusão se passássemos a corrigir a defasagem dos anos: como ficariam todas as datas históricas dos países que adotam este sistema cronológico? O Brasil não teria sido descoberto em 1500? (Descartamos aqui, evidentemente, as controvérsias particulares, de caráter histórico, relacionadas a esta data.)

Para alguns outros países, que adotam marcos iniciais diferentes, a virada do milênio não coincide com o que conhecemos por "ano 2001", segundo o sistema cronológico que adotamos. O islamismo toma por marco inicial para a contagem dos anos a fuga de Maomé de Meca a Medina, ocorrida pouco mais de seis séculos após a data do nascimento de Jesus Cristo (mais precisamente em 622 d.C.): países como a Arábia Saudita e o Iêmen adotam esta cronologia. Portanto, para estes países islâmicos, a virada para o terceiro milênio ocorrerá apenas daqui a pouco mais de seis séculos.

Conversor de Calendários

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Calendarário Gregoriano
(adotado pelo ocidente, incluindo o Brasil)

Dia:
Hora: : :
Dia da Semana:

O calendário gregoriano foi proclamado pelo Papa Gregório XIII e tornou-se efetivo na maioria dos estados católicos em 1582. Ao dia 4 de outubro de 1582 do calendário juliano seguiu-se o dia 15 de outubro no novo calendário, corrigindo a discrepância acumulada entre o calendário juliano e o equinócio, a partir daquela data.

 

Calendário Hebraico

Data:
Mês Hebraico:
O calendário hebraico mantém simultaneamente o alinhamento entre os meses e as estações, e sincroniza os meses com a lua -- ele é, assim, considerado um calendário "luni-solar". Além disso, há restrições sobre os dias da semana nos quais um ano pode iniciar, e para deslocar os dias extras requeridos para os anos anteriores para manter o tamanho do ano dentro dos limites prescritos. Isto não é fácil, e os cálculos necessários são, conseqüentemente, complexos.


Calendário Islâmico

Data:
Dia da Semana:

O calendário islâmico é puramente lunar e consiste em doze meses alternando entre 30 e 29 dias, com o último mês de 29 dias ampliado para 30 dias em anos bissextos. Os anos bissextos seguem um ciclo de 30 anos e ocorrem nos anos 1, 5, 7, 10, 13, 16, 18, 21, 24, 26 e 29. Considera-se que os dias se iniciam ao entardecer.


Calendário Persa

Data:
Dia da Semana:
O moderno calendário persa foi adotado em 1925, substituindo (enquanto reteve os nomes dos meses) um calendário tradicional datando do século XI. o calendário consiste em 12 meses, os primeiros seis contendo 31 dias, os próximos cinco contendo 30 dias e o mês final 29 dias em um ano normal, e 30 dias em um ano bissexto. Um dos calendários projetados na era da exata astronomia de posicionamento, o calendário persa usa uma estrutura de ano bissexto bem complexa que o torna o mais exato calendário solar em uso atualmente.


Rotina original de John Walker

Veja também:
 
Título
Tipo
Jesus Cristo
Verbete
Calendário
Verbete


 

 

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